ITCidades presente no Ato de 45 anos de resistência e luta pela Ponta do Coral 100% Pública

O presidente do ITCidades, Lino Peres, participou domingo (5) da comemoração dos 45 anos de luta pela utilização pública da Ponta do Coral, em Florianópolis.

A primeira manifestação de protesto em defesa da área foi em 1980, contra a demolição da antiga edificação do Abrigo de Menores, que foi construído pelo governo do estado, depois de adquirir o terreno de 15 mil m2 da multinacional Esso, que ali instalou posto de abastecimento de combustíveis.

O local estava em ruínas por causa de incêndio, cujas causas até hoje não foram identificadas. Quem protagonizou aquela mobilização foram estudantes e professores, principalmente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, destacando-se a participação dos estudantes Loureci Ribeiro (Ci) e Elisa Jorge, ambos do então Centro Acadêmico Livre (CALA), organização estudantil em oposição aos diretórios de estudantes, criados no período da ditadura civil-militar.

Os dois estudantes, dos anos 1980 até hoje, já como arquitetos  urbanistas, transformaram-se em militantes sociais pelo direito à moradia e criadores, com vários ativistas, em 2015, do Movimento Ponta do Coral 100% Pública, que teve apoio de Lino, então vereador pelo PT, defendendo o Projeto Cultural das Três Pontas (embocadura do manguezal do Itacorubi, Ponta do Coral, do Goulart e do Lessa).

Várias atividades culturais foram feitas na área, demarcando o seu uso público. Destaca-se o importante trabalho legislativo do ex-vereador Mauro Passos, que, em 2000, encaminhou projeto de lei para transformar o local em Área Verde de Lazer, aprovado por unanimidade. A lei foi depois modificada na Câmara Municipal com alterações que permitiam a construção de hotel de mais de 20 andares e marina, o que ocasionou protestos dos defensores da Ponta do Coral pública.

Graças às mobilizações, o promontório continua de utilização pública, na direção dos movimentos comunitários e populares para a criação do Parque da Luz, nos anos 1980, do Parque de Coqueiros e do Parque Cultural do Campeche (PACUCA), que demonstram o poder da população organizada e construindo a cidade de baixo para cima.